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terça-feira, março 07, 2006

amostras e fil�es

amostras e fil�es

Coisa ruim - fui ver e gostei. Quando se é principiante, é-se primitivo e quando se é primitivo vai-se directo ao osso, tanto melhor, é claro, quanto mais dominados estejam os processos formais de domínio de técnicas, sejam as de imagem, sejam as de som, sejam as de argumento, de casting e de cenários. Coisa ruim - vi que era afinal a relação de dois irmãos que se trataram de filhos da puta, assumindo-se portanto como verdadeiros cretinos do processo ou do sitema em que viviam e em que foram criados e educados: gente com cama, mesa e roupa lavada, com carro e chave de casa, com acesso aos media sem crédito de horas, com o prazer dos edredões de penas, gente urbanizada até à medula... mas gente que não sabe de si, que não comunica, que não interage. Bem poderão atirar as culpas à casa assombrada, aos padres que bebem bagaço e que sabem o que sabem de teologia, bem poderão brincar com os espíritos e com as memórias dos outros, bem poderão invocar a incompreensão do Portugal profundo, bem poderão acusar o sistema, mas o drama, a coisa ruim, está dentro deles. Excelente argumento sobre a incomunicabilidade urbana, afinal a mesma dos rurais ou dos periféricos. Para já.

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