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sábado, dezembro 09, 2006

Se não houver o que nós queremos

Voltamos a procurar
É verdade, tem de ser, ou nos mesmo sítios ou noutros, como se fora esta a nossa razão de ser: procurar. O quê? A explicação para o sofrimento, ou antes, a explicação para lhe dar sentido ou para o projectarmos como sentido de nós próprios, como horizonte, neste querer dizer que a palavra é um futuro de valores, de explicações, de soluções ou de suspensões. Coloca-se a questão de Deus, pois que se coloque, mas não para colocar na conversa um juízo ou uma fixação deterministíca, mas antes para considerar que a questão de Deus é a nossa questão, resolver com Ele é resolver connosco e entre nós e para nós, é validar para um futuro de nós a mesma necessidade e a mesma explicação. O sofrimento é então uma marca indelével de nós, é-a também de Deus e a explicação para ele terá de sossegar os dois: no homem como marca de temporalidade provisória, em Deus como desejo absoluto de superação. Deixo assim, porque a resposta ao meu poema de Natal, por parte de meu compadre João Alves Dias me fez enveredar por aqui e senti que não tenho fôlego para muito mais. Esta problemática do sofrimento, vista só pelo nosso lado de mortais e finitos, é uma procura desesperada de soluções, é um acumular de investimentos e de esperanças, é um desencadear de queixas e queixumes, mas também de resistências e de superações. Mas vista pelo lado da transcendência espiritual, logo também pelo lado de Deus, esse que seja nosso ou de outros, requer mais esforço de superação dos limites em que pensamos ou em que estamos habituados a pensar, disto não tenho dúvidas. Então, onde estribar esse desejo ou esta necessidade de superação?

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