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domingo, dezembro 30, 2007

Próximos do ano novo

A fotografia foi tirada em Moscoso, Cabeceiras de Basto, já no limite deste concelho e a tocar nos limites de outros, Boticas e Montalegre. Fomos lá para almoçar no «Nariz do Mundo», o cozido e o cabrito, com mesa posta em hora marcada, para celebrarmos o 49º aniversário do casamento da Maria Augusta com o Guilherme, a segunda e o terceiro a contar da esquerda, ambos professores aposentados, com filhos criados e netos em crescimento fulgurante. O primeiro à esquerda é o Manuel Duarte, de Lamego, professor também aposentado, depois, o quarto, sou eu e à minha frente a Ana Sofia, filha do Manuel, farmacêutica estagiária em Lamego, aniversariante de 24 primaveras neste mesmo dia; logo ao meu lado está a Tininha minha mulher, ao seu lado esquerdo a Henriqueta, também professora aposentada, mulher do Manuel e mãe da Ana Sofia; à frente da Henriqueta estão a Ana e o Zé Carlos, mãe e filho, ele nosso afilhado de baptismo; atrás está o casalinho «suiço» de gestores profissionais de uma multinacional, o João e a Eliana, a bem dizer ainda casadinhos de fresco, e o João Dias, marido da Ana, pai do João e do Zé, sogro da Eliana, professor também aposentado, embora ao serviço no ensino particular. O que temos em comum é muito, em termos de trabalho, de conversa e de relações sociais, e quase somos uma família: eu, o João, o Manuel e o Guilherme, fomos colegas de estágio pedagógico na Escola Diogo Cão, em Vila Real, no ano lectivo de 1976/77; nesse mesmo ano lectivo a Ana deu à luz o João Miguel. Quando nasceu o José Carlos eu e minha mulher fomos convidados para seus padrinhos de baptismo. O acto que nos juntou neste lugar foi o de metermos o nariz na vida uns dos outros, ali bem perto de um promontório que está entre ribeiros e que tem a forma de nariz, que depois disseram ser o do mundo, dada a centralidade deste lugar. O Guilherme e a Maria Augusta estão casados há 49 anos, motivo mais que justo para nos sentirmos orgulhosos de uma amizade e de um convívio que se estabeleceram entre nós quando eles já estavam a entrar na maioridade nupcial, ou seja, quando já contavam 18 anos de casados e já tinham os filhos que hoje têm: o Joaquim, o Duarte e o João, agora todos casados e com filhos. O filho João, que não está na fotografia porque estava atrás da máquina, foi o organizador do encontro, o Duarte compareceu ao almoço e o Joaquim não pôde estar presente, mas foi como se estivesse. De lá para cá, depois de um estágio no 1º grupo de docência do então ensino preparatório, cimentou-se uma regularidade de presença e de cohabitação reflexiva, sobretudo entre nós os quatro, mas também com mais duas professoras que foram nossas orientadoras, a Fátima Picão e a Helena Torres de Deus, ambas residentes em Vila Real, a primeira já aposentada e a segunda ainda em actividade. Escusado será dizer que os assuntos da escola e da educação continuam a preencher a nossa agenda, mas agora com toda a acumulação de práticas culturais, agrícolas, económicas, políticas e recreativas que vamos vivendo. O Guilherme tem quinta na Faia, Arco de Baúlhe, com produção de vinho, de cerejas, enfim, de tudo quanto é horta e sustento de casa. Não foi pela abundância do serviço de restaurante que ali nos juntámos, foi pelo ar livre, pelas alturas, pela provocação da paisagem, pelo devaneio das memórias, pelo prazer da partilha humana num rincão de natureza que é tanto um apelo ao enraizamento como um hino aos desafios de andarilhos. E que bem se espalhou no monte, porventura devido à força das eólicas, aquele cheirinho de globalização intensiva que os dois gestores da multinacional revelaram nas carícias!

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