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sexta-feira, setembro 18, 2020

Para um começo do ano escolar com esperança na escola



 (ilustro com esta fotografia de um castanheiro que plantei para sugerir todos os trabalhos necessários ao cuidador da terra e da árvore)

 
Aqui deixo três criações poéticas para motivar os meus colegas professores, os alunos, os pais, os auxiliares educativos e os assistentes e técnicos administrativos. Fui-me habituando a criar para me entusiasmar e entusiasmei-me depois com a necessidade de criar para que outros pudessem motivar-se com estas sugestões poéticas. Na escola, os receptores determinam a criação, mas nunca tive certezas sobre qual o poema que era melhor recebido pelo ciclo a que o destinava. Toda a gente e todas as idades são receptivos à poesia na medida de suas ansiedades... 

I – Notícia do vírus…

Por força de misturas intensivas,

Nas rotas do comércio circulante,

Temos agora um vírus infestante

De nossas contingências esquecidas.


Chegou por influência de factores

- Estranhos, casuais ou combinados? –

Em ritmos de contágio acelerados,

Desregulando a vida e seus valores.

 

Que se há-de então fazer? Ser cuidadosos,

Enquanto se descobre uma vacina.

Em todas as escolas se ensina

Que os vírus são seres muito perigosos.

 

II - Viver a escola em tempo de pandemia

 

Há-de ter solução a pandemia

E há-de a escola encontrá-la, por dever

De ofício e de missão, pois aprender

É a sua melhor fonte de ousadia.

 

A escola acumulou e concilia

Diversos modos de se conceber

Dispondo seus recursos, dando ser

À nossa singular sabedoria,

 

O insólito, o acaso, a anomalia,

Obrigam a escola a escolher:

Importa é aumentar conhecimentos!

 

A escola geradora de empatia

Induz caminhos de melhor viver

E guarda no futuro os bons momentos.

 

III – É tempo de…

 

É tempo de experimentar

Os riscos no chão

Os toques no ar

 

É tempo de partilhar

A disposição

Do espaço escolar

 

É tempo disto

É tempo daquilo

O tempo do vírus

É intranquilo

É intranquilo

Mas há-de parar

O tempo do vírus

Acaba a estudar

 

É tempo de apreender

As combinações

De cada saber

 

É tempo de esclarecer

As imposições

Que têm de ser


É tempo disto

É tempo daquilo

O tempo do vírus

É intranquilo

É intranquilo

Mas há-de parar

O tempo do vírus

Acaba a estudar

 

É tempo de contrapor

A capacidade

De fazer melhor

 

É tempo de sobrepor

A animosidade

Com provas de amor

 

É tempo disto

É tempo daquilo

O tempo do vírus

É intranquilo

É intranquilo

Mas há-de parar

O tempo do vírus

Acaba a estudar

 

José Machado / Braga /2020

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