Na minha qualidade de presidente do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas tive de fazer o discurso de abertura do novo ano escolar, evento que se continua a promover com a melhor dignidade, pois sempre se espera dele aquela função de motivação preliminar. Depois de nomear as entidades presentes, avancei:
Sejam bem-vindos
a este Agrupamento Escolar para início do ano lectivo 2017-2018; que as forças
benevolentes se conjuguem para levarmos a cabo os nossos propósitos de educação
e ensino nas várias escolas em que nos integramos, almejando sempre esse estado quotidiano
motivador de bem-estar e de felicidade.
Os alunos são o nosso objectivo, por
eles deveremos disponibilizar-nos por inteiro e sempre os consideraremos nosso
trabalho de missão, no pressuposto de os respeitarmos sempre em autonomia e
liberdade de propósitos.
Começo por vos contar um episódio recorrente na nossa
vida., outros haverá semelhantes e sintomáticos. Nos anos idos de 1974 deu-se
na minha aldeia um intenso e destruidor incêndio da área florestal que a
rodeava. Toda a paisagem ficou calcinada
e negra. A professora da Tele-escola pediu aos alunos um poema. Houve uma criança
de 9 anos que se motivou precisamente nesse cenário desolador e escreveu que
queria ir para a montanha de paus queimados com a sua ovelhinha, lá cantaria e
sonharia, a floresta voltaria a rejuvenescer e o estado de felicidade
instalar-se-ia antes que a montanha e a ovelhinha morressem. Prosseguimos
sempre este sonho de favorecer o rejuvenescimento de nossa natureza social,
prosseguimos esta missão de nos renovarmos e de insistirmos nos caminhos de
nossa felicidade. Não devemos estar enganados pois doutra forma há muito que
teríamos mudado de propósitos se outros houvesse melhores e mais compensadores.
Pensei, por isso, também em vincar-vos no início de um novo ano escolar quanto
este propósito se faz com a liberdade e a convicção de cada um sobre as diferenças
que nos individualizam. Sim, a surpresa poderá estar no apontamento das
diferenças, pois, pensando bem, nós os professores, nós as escolas, nós somos
os curadores (promotores) de todas as diferenças e são as diferenças de nossos alunos que
nos impulsionam a vontade de favorecer todo o seu desenvolvimento. É a essa
diferença individual, irredutível, que nós prestamos sempre a nossa maior
atenção, diversificando estratégias, procurando alternativas, investindo em
soluções de caso e de oportunidade. Deixo-vos esta convicção num tempo que
amornece as distinções e favorece as representações colectivistas e uniformes
ou politicamente estabilizadas em correcção de termos. Não nos deixemos
bloquear em criatividade quando tudo nos parecer favorável em termos de
uniformização.
Desejo a todos vós boa
sorte, bom trabalho e a melhor compensação de todas, a amizade e o respeito de
nossos alunos, de seus pais e encarregados de educação e da comunidade em
geral. Bom ano.
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