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quarta-feira, setembro 06, 2017

Discurso de boas vindas.

Na minha qualidade de presidente do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas tive de fazer o discurso de abertura do novo ano escolar, evento que se continua a promover com a melhor dignidade, pois sempre se espera dele aquela função de motivação preliminar. Depois de nomear as entidades presentes, avancei:




Sejam bem-vindos a este Agrupamento Escolar para início do ano lectivo 2017-2018; que as forças benevolentes se conjuguem para levarmos a cabo os nossos propósitos de educação e ensino nas várias escolas em que nos integramos,  almejando sempre esse estado quotidiano motivador de bem-estar e de felicidade. 

Os alunos são o nosso objectivo, por eles deveremos disponibilizar-nos por inteiro e sempre os consideraremos nosso trabalho de missão, no pressuposto de os respeitarmos sempre em autonomia e liberdade de propósitos. 

Começo por vos contar um episódio recorrente na nossa vida., outros haverá semelhantes e sintomáticos. Nos anos idos de 1974 deu-se na minha aldeia um intenso e destruidor incêndio da área florestal que a rodeava.  Toda a paisagem ficou calcinada e negra. A professora da Tele-escola pediu aos alunos um poema. Houve uma criança de 9 anos que se motivou precisamente nesse cenário desolador e escreveu que queria ir para a montanha de paus queimados com a sua ovelhinha, lá cantaria e sonharia, a floresta voltaria a rejuvenescer e o estado de felicidade instalar-se-ia antes que a montanha e a ovelhinha morressem. Prosseguimos sempre este sonho de favorecer o rejuvenescimento de nossa natureza social, prosseguimos esta missão de nos renovarmos e de insistirmos nos caminhos de nossa felicidade. Não devemos estar enganados pois doutra forma há muito que teríamos mudado de propósitos se outros houvesse melhores e mais compensadores. 

Pensei, por isso, também em vincar-vos no início de um novo ano escolar quanto este propósito se faz com a liberdade e a convicção de cada um sobre as diferenças que nos individualizam. Sim, a surpresa poderá estar no apontamento das diferenças, pois, pensando bem, nós os professores, nós as escolas, nós somos os curadores (promotores) de todas as diferenças e são as diferenças de nossos alunos que nos impulsionam a vontade de favorecer todo o seu desenvolvimento. É a essa diferença individual, irredutível, que nós prestamos sempre a nossa maior atenção, diversificando estratégias, procurando alternativas, investindo em soluções de caso e de oportunidade. Deixo-vos esta convicção num tempo que amornece as distinções e favorece as representações colectivistas e uniformes ou politicamente estabilizadas em correcção de termos. Não nos deixemos bloquear em criatividade quando tudo nos parecer favorável em termos de uniformização.  

Desejo a todos vós boa sorte, bom trabalho e a melhor compensação de todas, a amizade e o respeito de nossos alunos, de seus pais e encarregados de educação e da comunidade em geral. Bom ano.

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