Pois é do pai que se trata e como surpresa se paga com surpresa, aqui se deixa a mensagem, glosando uma velha cantiga de amigo, já que a gente gosta de supor que toda a fantasia é a realidade e que toda a realidade, mesmo sendo outra, é sempre engrandecida num espelho deste género.
Muito me sai daqui o meu amigo por aí
Com que fins específicos?
De vender frigoríficos!
Muito me tarda o meu amigo na estrada
Com que ideias de renda?
Com as vindas da venda.
Muito me faz suspirar o meu amigo no ar
Com que lindos planos?
De agradar a seus amos.
Muito me foge o meu amor pra tão longe
Com que ânsias de vir?
As que eu lhe faça sentir.
Muito me encanta o meu amigo em demanda
Com que pressa de ver?
O nosso filho crescer.
E o resto é tudo quanto se resguarda
Das birras do tempo e das cores da distância
Meu amigo faz anos e a nossa casa
É ponto de encontro e de itinerância.
José Machado
Braga. 2012. Março.
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