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sexta-feira, julho 18, 2008

Actividades folclóricas

Esta foi em Tourém, na festa de S. Pedro, dia 29 de Junho, um domingo cheio de sol, com as calçadas a pedirem sombra e os corpos a desejarem correntes de ar.

As fotografias dão testemunho da nossa participação e do nosso envolvimento, nessa perspectiva de integração no tecido local, tomando parte na procissão com os cânticos, em polifonia popular e em composição instrumental; para o efeito fizemos uma marcha a S. Pedro, com aquele fragmento de texto que é invocado nas orações: que nos feche as portas do inferno e nos abra as portas do Céu!

Depois houve bailarico nas ruas, envolvendo as pessoas e o próprio padre da paróquia que fez jus aos seus pergaminhos.

«Bô» esteve e bem nos correu, que o almoço fora de vitela barrosã, estufadinha a preceito, tenrinha e suculenta, tudo servido na casa de um minhoto que assentou arraiais em Tourém, por coincidência elemento do nosso grupo, caçador, membro também da Junta de Freguesia. A ele, à esposa e ao filho, o nosso agradecimento por tudo, desde logística até ao aconchego de corpo e alma e até às próprias fotografias, que o rapaz esmerou-se e acompanhou-nos bem rua acima e rua abaixo.
Pode tudo parecer de faz de conta e pode tudo ter sido mais real que o que parece, já que a animação cultural que se julga partir da primeira (o parecer) para fazer melhor a segunda (o ser como foi ou como ainda é), neste caso andou ao contrário, de tal modo se viveu a situação que não se conseguiu reproduzir um passado, mas iniciar um presente que agora se vê com vantagem em continuar e em ser repetido no próximo ano.

Tudo bem, enquanto houver este ciclo de energia e esta vontade de estar nas coisas com uma tradição de as renovar.

Os pretextos da festa são sempre os mesmos e os costumes reforçam-nos, mas que hoje se assiste a uma acentuada reposição da memória já não tanto por razões de ensinar os novos, mas sobretudo para que fique mais aliviada a solidão de envelhecer sem eles, é o que me parece estar a verificar-se.
A desertificação das terras requer uma animação de sobrevivência, mas outra também de integração, criando raízes e alargando contactos, apoiando iniciativas e concretizando estados de alma: nessas pequenas coisas que podem ser as cantigas, os livros, as viagens mais frequentes.

Quando se acaba e se ouve o «hão-de cá voltar» fica-se com outra ideia de nós, carentes e cúmplices deste modo de estar que tem de ser de ir e vir, mas também de criar raízes.

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