Pesquisar neste blogue

sábado, fevereiro 03, 2007

A feira do porco em Boticas

(Foto tirada pela Tininha em S. João de Arga, na romaria de Agosto de 2006; a foto não tem nada a ver com o texto que se segue, mas ilustra-o pela referência à festa, ao extravasar de sentimentos e à melancolia de a viver mais tarde como poética. No contexto das feiras de fumeiro que temos visitado, os versos seguintes criei-os para o meu Grupo «Os Sinos da Sé» mostrar na feira do porco de Boticas de 2007, que às vezes o atrevimento das novidades também me ataca.)

Feira do Fumeiro

Meu amor, meu amor,

Hoje em casa, hoje em casa

É que não ficas.


Meu amor, vem daí,

Para a feira do fumeiro

Em Boticas!


Eu gosto de vir à feira

P’ra cheirar e para ver,

P’ra saborear a alheira,

P’ra comprar e perceber

Esta gente hospitaleira

Que bem sabe receber.

Gosto de ver as lojinhas

E também os restaurantes,

As pessoas comezinhas

E até as mais importantes,

P’ra ver se estão coradinhas,

Insossas ou bem picantes.

Olha os meiotes de lã,

Olha os panos do tear,

Mais o pingue da sertã,

Mel e vinho p’ra provar.

Esta gente, em telha vã,

Está sempre a trabalhar.

Eu gosto de ver as chegas

Dos bois fortes, barrosões;

Gosto de ouvir as conversas

Com muitas variações,

Mas gosto bem das morcelas,

Presuntos e salpicões.

Gosto de ver o progresso

Que se faz por estas terras,

De ouvir o verso e o reverso

Que mantém algumas guerras,

Garantias do sucesso

Nas aldeias e nas serras.

Vou cantar a derradeira

Saudando o sr. Presidente

E o povo que nesta feira

Resolveu estar presente

Por esta ser a maneira

Do meu grupo andar contente.

Sem comentários: