Feira do Fumeiro
Meu amor, meu amor,
Hoje em casa, hoje em casa
É que não ficas.
Meu amor, vem daí,
Para a feira do fumeiro
Em Boticas!
Eu gosto de vir à feira
P’ra cheirar e para ver,
P’ra saborear a alheira,
P’ra comprar e perceber
Esta gente hospitaleira
Que bem sabe receber.
Gosto de ver as lojinhas
E também os restaurantes,
As pessoas comezinhas
E até as mais importantes,
P’ra ver se estão coradinhas,
Insossas ou bem picantes.
Olha os meiotes de lã,
Olha os panos do tear,
Mais o pingue da sertã,
Mel e vinho p’ra provar.
Esta gente, em telha vã,
Está sempre a trabalhar.
Eu gosto de ver as chegas
Dos bois fortes, barrosões;
Gosto de ouvir as conversas
Com muitas variações,
Mas gosto bem das morcelas,
Presuntos e salpicões.
Gosto de ver o progresso
Que se faz por estas terras,
De ouvir o verso e o reverso
Que mantém algumas guerras,
Garantias do sucesso
Nas aldeias e nas serras.
Vou cantar a derradeira
Saudando o sr. Presidente
E o povo que nesta feira
Resolveu estar presente
Por esta ser a maneira
Do meu grupo andar contente.
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