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segunda-feira, maio 12, 2008

De novo a furiosa autonomia

(Esta imagem fui buscá-la ao «site»: criticanarede.com, ao artigo de Rui Cunha sobre o problema do ensino e do sucesso escolar. A leitura dos artigos deste «site» requer uma inscrição, mas vale bem a pena saber onde se pode gastar bem a espórtula)

1. Pois de novo, sem que haja muito de novidade, que já parece velha a teoria que inspira o pretenso novo modelo de gestão que corre em trânsito de implementação, como corre em trânsito de contestação. Anda no ar uma falta de orientação ou de tomada de posição: a de saber se se deve optar pela indiferença, pela contestação aberta ou pela «entrada» no sistema, esta última com essa seráfica ideia de que dentro se faz a corrosão. Vamos lá a ver: há escolas em que este ano lectivo vigorou uma Comissão Executiva Instaladora que agora (Maio e Junho) deveria cessar funções para dar lugar a novo Conselho Executivo eleito para três anos. Há escolas em que chegou ao fim o mandato do Conselho Executivo e agora se deveria proceder a eleições para um novo. Há escolas que estão em exercício de legalidade democrática em mandato vigente. Se o novo modelo de gestão é para implementar desde agora, não deveriam todos os conselhos executivos ou comissões instaladoras readquirir legitimidade democrática? É que ninguém elegeu ninguém para estar um ano a «implementar o novo modelo de gestão»! Este tempo está propício à experimentação e à provação de «directores», mas o povo deveria ser consultado e deveria votar.

2. Entretanto circulam nos «media» as intervenções do ME sobre o insucesso, com a teoria da inutilidade e do prejuízo dos chumbos e com a teoria, na área da matemática, do isolamento docente como factor de crise nas aprendizagens. E os alunos que aprendem bem e gostam de aprender não são tidos como exemplo para nada? É tempo de ver que o ME faz recurso teórico da mais grosseira interpretação marxista da escola: quer-nos fazer crer que o sucesso escolar está a revelar-se fruto de um neo-darwinismo social, vai daí, indicia que os mais fortes e mais preparados (com essa teoria automática que os postula como mais ricos e mais dominantes) se estão a safar, e que os mais fracos e menos preparados (com essa teoria automática que os postula como mais pobres e mais dominados) estão a ser vítimas de chumbos e de falta de apoios e de falta de programas e de falta de escola. Falta então concluir que os professores estão do lado dos dominadores e que o ME está do lado dos dominados.

3. Alguém me disse que este regresso «ao livro vermelho» era a coqueluche teórica dos gestores de topo, das grandes empresas do Estado e dos grandes grupos económicos e até de Governos!

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