

(2 fotos tiradas pelo prof. Rogério Borralheiro, no dia 20 de Janeiro, em Cerdedo, freguesia do concelho de Boticas, na cerimónia festiva de S. Sebastião. Na primeira: o portador do santo, o portador da caldeira da água benta, o presidente da Câmara de Boticas Dr. Fernando Campos, o Dr. Nunes Liberato da CasaCivil da Presidência da República e sua esposa, o sr. Padre Fernando Guerra; a espreitar vê-se a minha pessoa e é ainda visível o sr. presidente da Junta de Freguesia. Na segunda foto: estou eu a entrevistar o sr. Padre Fernando Guerra sobre o conflito que opõe alguns habitantes de Couto Dornelas à Igreja, freguesia vizinha onde também se celebra o S. Sebastião, conflito este que se desenvolveu para o foro judicial e que ainda não teve desfecho).
Que fomos fazer a Cerdedo neste dia 20 de Janeiro, eu, minha esposa, o Rogério Borralheiro e sua esposa, o António Castanheira, o Carlos Couto e o Arnaldo Sanches? Ver a cerimónia festiva do S. Sebastião porque já há muitos anos que lá vamos neste dia. Este ano a cerimónia teve uma «apropriação» exterior muito singular: o Dr. Nunes Liberato descobriu um antepassado natural de Cerdedo nas suas raízes genealógicas, acto singular que desencadeou, por relações de amizade e de política municipal, o convite que lhe fez a presidência do município de Boticas para visitar esta freguesia. O facto de o convite se ter concretizado nesta ocasião festiva de singular significado para a população local ultrapassa o âmbito desta nota, a qual apenas pretende registar isto mesmo: como é que nós, que nos podemos considerar um pequeno grupo de estudo das tradições culturais e do desenvolvimento local, nos sentimos em relação aos factos e aos outros, quando somos apanhados num cruzamento de interesses e de estratégias dos sujeitos que precisam dos ritos e dos mitos para as funções da representação e da visibilidade sociais. Neste cumprimento do rito de S. Sebastião em Cerdedo pontuam os seguintes momentos: celebração da missa, procissão até à casa onde se distribui a mezinha de S. Sebastião, bênção do pão, da carne e do vinho que vão ser distribuídos ou leiloados, refeição comunitária do pão, da carne e do vinho e distribuição dos «carolos de pão» e da carne pelas pessoas presentes, dádiva de esmolas, leilão das broas de pão e das carnes de porco. Desde há dois anos, estes momentos distribuem-se entre a igreja ou capela e a sede da Junta de Freguesia, edificação que recebeu obras para os actos de cozer o pão, guardar os víveres e centralizar a refeição comunitária, porque todos os anos passados desde que nós lá vamos e muitos outros em que se inscrevem as memórias da festa, a organização do rito centralizava-se na casa do lavrador que assumia a festa, rodando esta, anualmente, de casa em casa, por princípio. A missa ocorria pelo cedo, cerca das nove horas e por volta das 11.00 horas tudo estava terminado. Este ano a missa teve marcação às 10.00 horas, aconteceu quando chegaram as «autoridades» e tudo se terá consumado já para lá das 13.00, ainda que nós já lá não estivéssemos, pois saímos às 12.30 e ainda se ia desenrolar o leilão. Vou deixar assim o texto e agora publicarei o que os meus colegas também forem escrevendo.
1 comentário:
ola boa tarde. O meu nome é Ana Isabel Fonseca e trabalho no Correio da Manhã. Tem um post seu em que entrevista o padre Fernando Guerra. È este o mesmo padre de Covas do Barroso?
Enviar um comentário