A gente se convence
Que os cria,
Que os guia e lhes porfia
Um tempo venturoso de voar.
Mas quase, a gente sabe
E desconfia
Que um dia esta harmonia
Se torna conflito e mal-estar.
Então, resta o amor,
Entregue a si:
O teu, de mim flor,
O meu, raiz de ti.
De todo, há um modo
Singular
De amar e partilhar
As horas mais propícias à razão.
Mas sempre se pressente
O divagar,
Vulgar e lapidar,
Das perdas que nos traz a solidão.
Então, resta o amor,
Entregue a si:
O teu, de mim flor,
O meu, raiz de ti.
Guardo esta saudade
De o teu corpo, em nossa vida,
Ser um verbo meu.
E tenho em minha idade
A do teu rosto, como prova viva
Deste amor ser teu.
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