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sábado, fevereiro 18, 2012

Encontro de ASES em Barcelos

Começo por este vaso de alecrim que nos ofereceu a Amélia Oliveira, o esplendor da flor azul e dos raminhos que fazem chorar os olhos. Foi com este encanto que rumei a Barcelos, para me encontrar com colegas de estudo, uns mais antigos, outros mais novos. Do meu ano fomos quatro: o Castilho, o Faria da Torre, eu e o José Costa ou Padre Costa, o elo de união entre nós e a ordem espiritana, formadora de missionários para os quatro cantos do mundo. Perguntámos pelos ausentes e recordámos os caminhos da nossa formação. Da direcção dos Ases ou Associação dos antigos alunos dos seminários do Espírito Santo, estiveram presentes o Ferraz e o Pinto, uma dupla que constitui parte da equipa responsável pelo Boletim que chega regularmente pelo correio, Lembrámos os nossos professores, recordámos episódios de vida, rezámos e pensámos. Depois comemos e demos uma volta pela quinta do seminário da Silva, em Barcelos, uma edificação renovada na encosta do monte, possuidora de um espaço natural digno da reflexão monacal, virada ao vale e a nascente. Nunca ali estudei, que eu entrei em Godim, na Régua, no ano de 64/65 e dois anos depois em Braga. Estes amigos são coniventes de pensamento.

O José Costa foi o único da minha geração que se ordenou padre, mantendo toda a aura desse mistério biblico da chamada divina a um estado de missão. Ele é a imagem viva daquilo que nos formou: ir pelo mundo com a Boa Nova. Inevitavelmente, toda a conversa foi contemporanea, seja nas suas manifestações de banalidade, seja nos seus destemperados fulgores de intervenção política, seja naquelas narrativas da rotina doméstica ou profissional; ali se destampou a vida e se confrontou com a mensagem de sempre. Devemos à fé cristã uma vida de contrariedades e de desafios e não o podemos negar. Todo o riso ali se conveio como chave de convivência, mas cada um sabe do que assumiu como fio de vida. O Zé Costa fez bem o retrato do mundo.

Nós alinhámos na escalada dos canteiros e expusemo-nos: estamos assim e quando nos voltarmos a encontrar, seremos mais seremos menos, mas toda a desigualdade vivida nos há-de voltar a aproximar para lembrança do entuasiasmo daqueles primeiros anos, um ar fresco que o tempo nos oferecerá até à hora da partida.

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