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quarta-feira, junho 14, 2006

A amostra não vale o esforço

Os pais, a ministra e eu que sou filho daqueles e enteado desta!
A polémica das novas propostas do Estatuto da Carreira Docente estará para durar, mas é preciso ver que ela não tem quaisquer fundamentos pedagógicos ou escolares, é uma mera questão de orçamento de Estado e os fins em causa são precisamente os de fazer diminuir a despesa com a educação no que se refere aos vencimentos dos professores. E porquê? Pela nossa própria experiência: um bom professor nunca dependeu do vencimento, um bom professor nunca dependeu do luxo das instalações, um bom professor nunca dependeu dos pais, um bom professor nunca dependeu dos gestores da escola, um bom professor esteve sempre entregue a si próprio e à sua consciência. E o resto é poeira para os olhos. Fazem falta os pais na escola? Nenhuma, a história da educação consagra a confiança dos pais nos professores como uma trave estruturante da relação pedagógica. Quando o Estado se começou a demitir da escola pública, os pais foram chamados a intervir para segurarem algumas pontas, precisamente aquelas em que o Estado se demitiu: captação de verbas pontuais, contratação de psicólogos e de trabalhadores de OTL, fornecimento de refeições, etc, etc. De resto, até parece que este país não é governado por pais, que eles não votam nos partidos políticos, que eles não são os fazedores das leis, que eles não estão presentes em todas as instâncias da vida pública!

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