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quarta-feira, janeiro 08, 2025

Eis o meu poema de Natal de 2024, inspirado nos estudos sobre as estruturas linguísticas que pretendem interpretar os contos e as lendas e as narrativas. Foram os anos de ensino, onde estes modelos de análise foram ensaiados e praticados, com aquela esperança de que os alunos aprenderiam melhor e ficariam com instrumentos de análise para o que desse e viesse. As categorias da narrativa de Propp, o modelo actancial de Greimas, as categorias de Souriau, e outras… Facilitavam? Complicavam? O mais importante era a vontade de ler e a leitura e a conversação e a interpretação sempre renovada dos sentidos. Ficou algo, uma espécie de procura de segredos de escrita, ou de leitura simplesmente...

Natal 2024
(O postal deste ano é ilustrado com um trabalho do Francisco, meu enteado, meu sobrinho neto  por parte de minha esposa: tem 5 anos e com a ajuda dos pais colou os palitinhos e as imagens e deu opinião de como queria que ficasse para se levar para o Colégio)


BRINDE AO NATAL

Na história do Natal tudo tem nome,
Função, espaço, tempo e condições
De ação, encadeamento e desenlace.
Quem a diz, quem a lê, quem a consome
Conhece já de cor as discussões
Em que provoca luz ou gera impasse.

Que seja assim, então, e assim retome
As crenças, sentimentos e razões
De mudanças de estilo e de sintaxe.
Natal é um esquema desconforme
De cognição humana e de ilusões
Que leva um folclorista a dedicar-se.

Exposto aos desafios do futuro,
Eu brindo ao Natal ousado e puro.

Com os votos de um Santo Natal e Boas Festas, José Machado e Tininha.
Braga - 2024