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quarta-feira, outubro 17, 2012

Cascas e aparas - uma crónica da RFS


(fotografia que me foi enviada por RM/imprensa)

Cascas e aparas – programa da Rádio Francisco Sanches; a emissão semanal deste ano lectivo vai começar no próximo sábado, 20 de outubro de 2012; ouve-se na Antena Minho, entre as 11:00 H e as 12:00 H. Esta rubrica semanal é de minha responsabilidade e vai manter a denominação. Como gravo com antecedência, vou começar a deixar por aqui alguns excertos.

Caríssimos ouvintes, a Rádio Francisco Sanches quer continuar a integrar a minha rubrica semanal na sua programação. (...)

Recordo que esta rubrica «cascas e aparas» tanto se pode interpretar como a junção de dois verbos, no sentido de afirmar no presente que se casca e apara algo, isto é, que se critica ou depura algo, como se pode considerar a junção de dois nomes comuns, ambos relativos à camada protectora das árvores ou às sobras da sua utilização. Lembro que na minha infância, nas Minas de Jales, e durante muito tempo depois, havia, entre os vários serviços ou secções da empresa mineira, uma serração de madeiras donde saíam as cascas e as aparas para aproveitamento, umas, as cascas, aquelas cascas sobretudo de pinheiro, para aquecimento em estufas e fogões de lenha, outras, as aparas, para lenha ou para construção de paliçadas, cortes de gados, galinheiros e taipais de construção civil. Estas eram quase sempre tábuas costaneiras, com algumas marcas ainda das cascas e das curvas exteriores do tronco donde provinham.

Posto isto, siga a conversa para a matéria desta primeira crónica, que há-de ser inevitavelmente o orçamento de Estado com que nos vamos cozer, este cozer tanto de cozinha, como coser também de costura, sendo significado comum aos dois o facto de nos transformarmos em algo que não éramos, ficando ora mudados na natureza, ora mudados no aspecto, sendo que a primeira mudança, a de mudarmos na natureza, será bem pior e definitiva.

Andamos na escola, e assim começámos o ano, com a ideia de que o futuro tem de valer os sacrifícios do presente e a melhor maneira de o fazermos é esta mesma de prepararmos as novas gerações com toda a nossa generosidade de sacrifício. Com isto não quero dizer que sou um defensor desta austeridade orçamentada pelo Estado para nosso progressivo alevantamento económico e financeiro, mas não tenho por mim e de mim e em mim outra forma de me manifestar que não seja esta de colocar a braçadeira do descontentamento, quiçá mesmo a da revolta, porventura mais lá no fundo a de provável fautor de alguma maluqueira inesperada, e continuar a assumir que devo investir quanto sou no ensino. (...)

Diz-se que andar em tensão de nervos é uma forma de sustentar a adrenalina necessária, mas é bom saber que esta tensão pode andar também ligada a uma alteração sub-reptícia do nosso horário de trabalho que se viu alongado em horas e em tarefas por via desta introdução das horas de apoio ao estudo dos alunos. (...)

1 comentário:

Anónimo disse...

Pensamento do Dia

QUANDO OS SÓCRATES FOREM APENAS FILÓSOFOS;
OS ALEGRES APENAS CRIANÇAS;
OS CAVACOS APENAS INSTRUMENTOS MUSICAIS;
OS PASSOS APENAS OS DE DANÇA;
OS LOUÇÃS APENAS ERROS ORTOGRÁFICOS;
OS JERÓNIMOS APENAS MONUMENTOS NACIONAIS
OS JARDINS LOCAIS LAZER
E PORTAS SÓ DE ABRIR E FECHAR...

... VOLTAREMOS A SER FELIZES :)