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segunda-feira, setembro 04, 2006

S. Lourenço da Armada

10 de Agosto: caminhada até S. Lourenço da Armada, desde Pedregais. O monte de S. Lourenço pertence à freguesia de Gondufe, Ponte de Lima, e confina com a de Beiral do Lima à qual pertence o lugar de Armada, mas eu já o conheci como monte de S. Lourenço da Armada e assim o digo. Fomos com dois irmãos do falecido Domingos Dias, nosso amigo, colega e vizinho quase de porta, natural de Pedregais, Vila Verde, homem que nos ensinou o caminho há uns anos, antes de ir para a América como Leitor de Português. Foram três horas de caminhada, quase sempre a subir. Nesta paragem, na Boalhosa, fotografei o grupo, da direita para a esquerda: o António, irmão do Dias, a Tininha, minha mulher, um amigo do filho do António, o Armando, irmão do Dias, a filha do Armando, uma amiga da filha do Armando, o Borralheiro, meu colega, a Helena, mulher do Borralheiro, o filho do António. O António e o Armando são emigrantes em França. Esta romaria é um caso de encantamento: aprendi-a como festa discretíssima, à margem dos roteiros dominantes, vivi-a como «legado» da tradição de rezar, dançar e cantar, aguentei-a como desafio de ir ver o que vai acontecendo, dei este ano com ela em polvorosa e renhida disputa sobre a sua identidade religiosa: os de Gondufe acham que tudo lhes diz respeito, os da Armada acham que a tradição os envolve na celebração da festa, o padre, a Junta e a comissão decidiram-se pela reorganização física do lugar... resultado: os tasqueiros não estavam à volta da capelinha, o leilão foi frouxo, o sol restolhou quanto quis e pôde, a música foi de fábrica até ao tempo que lá estive, os sinais de vazio e de silêncio impunham-se demais. Valeu pelo cansaço da caminhada, pelo franguinho de churrasco na única tenda de pasto instalada no declive de acesso à capela, pelo prazer que a experiência deu aos mais novos que foram e vieram a pé. Entre o amargo da situação e a frescura dos panachés, ficaram os doces da romaria e as lembranças de tempos em que a festa compensou por excesso os desejos do seu imaginário.

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