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terça-feira, dezembro 10, 2013


Este Natal

Volto à fé de minha mãe,
De seus pais e de Abraão;
Volto à história de Belém,
Aos valores da tradição.
Para confirmar que o egoísmo
Não gerou a luz que me foi dada;
Sou filho do velho catecismo,
Em que minha mãe foi educada.
Volto às dores e às canseiras,
Arrelias e aflições,
Que a mãe viveu, inteiras,
E fez delas orações.
Para confirmar que o bem-estar
Não foi dado certo ou prometido,
E se algum sentiu foi o vagar
Que deu a nós, filhos, e ao marido.
Minha mãe está no céu,
Ainda a ouço dizer:
«Esta cruz que Deus me deu
Mais leve podia ser!»
Lembro minha mãe a preparar
Os Natais que em vida partilhou,
Sempre em tradição com esse lar
Em que o Deus Menino se criou.

José Machado / Braga / 2013
(Santo Natal, Boas Festas e Próspero Ano Novo,
são os meus votos e os de minha esposa

Albertina Fernandes)

domingo, dezembro 01, 2013

Anda no ar um cheiro a quê?

Dizem que a pobreza, dizem que a doença, dizem que a velhice, dizem que a violência, dizem que a rancor. Pois dizem e apelam até que se ponha fim a tal cheiro. Uns já prometeram fazê-lo repondo os níveis de cheiro anteriores aos ranços de agora. Que o façam. O chato da coisa é uns terem um nariz apurado e outros não sentirem nada, seja por distracção, seja por habituação.

Quem está no ensino dos mais novos foi sempre motivado a impulsioná-los para a superação das limitações, inlusivé a dos maus cheiros. Quem está na animação cultural sempre foi guiado pela ideia de superar os momentos de tristeza ou de desânimo com instantes de alegria e de riso. Quem anda na doutrinação religiosa gere-se por um optimismo de futuros e tudo aproveita para sofrimentos de salvação.

Segue-se daqui que o cheiro a queimado tem de fazer crescer árvores, espevitando a reflorestação. E as árvores purificarão o ar.