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domingo, maio 27, 2012

No alto do monte se apura a visão?

Ontem subi ao Sameiro com muitas dúvidas, mas acabei por descer mais determinado a resolvê-las, todavia se subi também com algumas certezas sobre o meu grau de ilusão melhor desci com elas aumentadas. É assim: um homem sobe iludido, desce desiludido, porque lá em cima tudo parece ter outro horizonte, mas volta para baixo decidido a meter-se nos mesmos caminhos de ilusão, porventura mais atento, porventura mais consciente de suas responsabilidades.

Nestes lugares tudo se pode querer como ideal,  e tudo se pode reconhecer como impossível. Fica então uma vontade de prosseguir caminho mais vigilante e mais assessorado pelos valores últimos em que se acredita. A ideia de mãe, seja a nossa real ou aquela que a transcendência celebra no alto do monte Sameiro, tem o condão de aconselhar um filho a ser digno de si.

De lá de cima sempre se traz uma vontade de chegar cá abaixo com o nome dos bois na boca e com a vontade de os chamar ao rego. Só que mal se põe o pé no chão plano da fundura, que ainda é planalto em relação ao mar, logo se ouvem as vozes do desamparado deixa andar.

Levei duas pedras no sapato e as duas trouxe: uma, a de não conceber como pode um político usar todo o poder que lhe é conferido para desgovernar, outra, a de não compreender como pode o meu ministro da educação dar uma no cravo e outra na ferradura em matéria de organização curricular.

Então, terei de continuar a pensar, quase um ano depois de eleito, que este governo decidiu mesmo ser pior que o anterior em tudo quanto criticou e de quanto fez arma de arremesso? Então terei de me começar a convencer que Nuno Crato decidiu imitar quem tanto criticou?

É contra estas vozes do baixo que um homem tem de subir lá acima.






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