Acho que este quadro relativo às tentações de Santo Antão se presta à minha representação do ano findo. Por mim falo, que me enganei demais e demais confiei também; se me dei conta de erros, não os evitei e se me dei por seguro em remédios, não os tomei. Arrimei-me ao que de melhor pensava que sabia e sobrevivi, mas não estou seguro de que saiba aconselhar alguém.
Esta ideia de que os meus governos foram incompetentes assusta-me e consome-me; disponibilizo-me para pensar melhor, mas fico à espera de o fazer com outros. Quanto a finanças, nem das minhas o soube cuidar: estou nas mãos de terceiros e aguardo.
De uma coisa começo a ter vontade de me redimir definitivamente: da certeza de que a minha geração, tão à esquerda quanto a pureza o permitia, falhou redondamente e não o quer reconhecer. Este ano foi um espanto!
sábado, dezembro 31, 2011
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