Ora aqui está uma imagem que dá para tudo e para todos, creio eu. Meu irmão António trouxe-ma de Raiz do Monte, são as ovelhas da Irene que pastam no campo de outro vizinho, são o rebanho da proximidade, uma parte simbólica de outros rebanhos e de outros tempos e de outros campos e de outros vizinhos, mas uma realidade incontornável.
Andamos na escola com a biodiversidade às voltas, uma grande temática, uma politicamente correcta grande temática. Por isso me lembrei de a trazer para a política, mesmo sem cuidar de saber quem é rebanho, ou para que serve este, nos tropos que a política requer para se falar.
Mas o certo é que os rebanhos existem, alguns pastores sumiram-se e deixaram as ovelhas entregues à baliza dos campos, convictos de que não as haja que se atrevam a saltar e a procurar outros rebanhos.
Cada um explica o seu rebanho como pode e como lhe convém e todos se mexem e remexem em relação a um rebanho suposto maior e mais ganhador de terreno de pastoreio; todos se declaram perturbados com a presença de pastores, uns aguardam mesmo o conflito entre eles.
Pois eu assim penso: não há melhor parábola que a do pastor e do seu rebanho; não há pior tormento que o de um rebanho tresmalhado; não há melhor solução que a da recomposição dos rebanhos; não há maior necessidade que a do afastamento de alguns pastores.
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1 comentário:
Sem dúvida uma parábola excelente.
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