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domingo, janeiro 31, 2010

Nosso querido afilhado!

No dia 24 deste mês de Janeiro de 2010 sepultámos o nosso afilhado José Carlos no cemitério da freguesia da Campanhã, no Porto. Passaram 29 anos, quase trinta, desde o seu nascimento a 4 de Março de 1980.
Todas as nossas memórias são de um menino, depois criança, depois jovem, alegre, enternecedor, prestável, carinhoso, responsável, bem educado.


Há quatro anos atrás, veterinário formado, soube que tinha um grave problema de saúde, prometeu a si mesmo resistir, informou-se e colaborou com os médicos a quem recorreu, sujeitou-se às operações e aos tratamentos, sofreu desmedidamente.

Seus pais, seus avós, seu irmão e sua cunhada, tudo mobilizaram para superar a situação, tudo sofreram também.
Não sabemos ainda como superar estes dramas de saúde, precisamos de mais e melhor investigação. Mas já sabemos mais sobre o sofrimento, sobre o desespero, sobre a perda das palavras. Também sabemos mais sobre o sorriso e sobre a vontade férrea de esperar. Sabemos um pouco mais também sobre a tranquilidade dos laços afectivos, sobre estes laços que nos unem para lá da família e da partilha do mesmo chão.
Um filho é toda a vontade de futuro. Perdê-lo é um grito, uma raiva, uma negação de quanto pensamos ser firmeza de espírito ou certeza de imortalidade, uma escuridão completa. Que olhos se podem habituar à escuridão da morte?

Os do amor, esse fio de vida que o Zé Carlos manteve em si, conservou até ao sossego final.
Todas as lágrimas regarão flores, toda a saudade será estímulo, toda a certeza será fé.
De todos nós, ele foi primeiro e era o mais novo.
O nosso menino, o nosso afilhado está tão cerca de nós.
Ao pai, à mãe, ao irmão, aos avós, damos um aperto de alma.

Ó Zé, o teu infinito cobre-nos de inquietação. Tu és um santo!










segunda-feira, janeiro 25, 2010

Feiras de fumeiro


(Fotografias enviadas por Ricardo Moura, de Montalegre)

Já passou a feira do fumeiro em Montalegre e foi de enchente.

Eu fui durante alguns anos a esta feira por via de amizades e relações amistosas com pessoas da terra e dos arredores, amizades e relações motivadas e sustentadas pelo coração de um amigo já precipitadamente falecido, o professor Rogério Borralheiro, natural de Salto, homem que foi político social-democrata, que foi vereador da Câmara, que foi presidente dos Bombeiros Voluntários de sua terra, que foi da Assembleia Municipal e da Assembleia de Freguesia, que foi animador cultural, que foi investigador da história local e regional e nacional, que foi cidadão dedicado à causa pública, que foi marido e pai extremoso e que foi um companheiro de festas, de músicas e de futebóis.

Toda a saudade dele se faz sentir mais nestas ocasiões de romaria ao seu concelho, ao seu solo pátrio. Íamos e vínhamos com toda a cumplicidade das conversas afiadas, fossem a bendizer ou a maldizer, fossem de auto reflexão ou de juízo final sobre casos e causas. As chouriças, os salpicões, a orelheira, o presunto, a vitela, a broa, as couves e o vinho, por tudo respondiam e com tudo se justificavam. Em Janeiro, o planalto barrosão era um devocionário de emoções: o S. Sebastião e a feira do fumeiro balizavam as caminhadas e os encontros, com igual virtude teologal de fundamento à vida. O amigo Rogério, conhecida que era a sua militância partidária, era homem de travessuras e de cruzamentos: parávamos com todos os partidários de esquerda e de direita, do centro ou das margens, com agnósticos e ortodoxos, com brancos, pretos e cinzentos, com todas as cores do arco-íris, jovens e velhos, elas e eles.

O consolo de andar com e de estar entre amigos é uma experiência compensadora, toda a gente o sabe e toda a gente o pratica, sempre lhe associando a mesa e a lareira, duas condições mais estáveis para toda a franqueza do humano demasiado humano. Após a morte do Borralheiro ainda não voltei à feira de Fumeiro e este ano não foi excepção, chame-se a esta ausência uma forma de luto ou uma inibição de carácter. E ao mais continuam por lá todos os nossos amigos e ao mais continuam por lá todas as condições de acolhimento e de regeneração do corpo e do espírito. Já foi a feira do fumeiro de Boticas, depois desta de Montalegre vai ser a de Chaves e depois a de Vinhais e a de Cabeceiras, todas de chão pisado por nós no passado, todas de boa memória e de feliz aceitação. Quanto se vê e faz nestes lugares é visceral a nós próprios e porventura venha desta raiz profunda no corpo a sua boa condução e sucesso.


O porco foi em toda a minha infância o retrato mais fiel do corpo e da família, o espelho animal das nossas relações de obrigação e entretenimento, o símbolo da nossa prosperidade, a balança salutar do nosso crescimento: desde a compra do bicho na feira, até ao corte de mato e estrumes para a sua corte, desde o cozimento da lavadura ao seu transporte, desde a capadura ao arganel, desde a engorda até à morte de banco com faca de matador, queimadura de palha e raspadura de pedra e água quente. Toda a visceralidade do bicho era aula de anatomia, o pai a perguntar, o matador a descrever, a mãe a transformar e a canalha sempre a estorvar, que era forma de estar em cima de tudo. O guinchar do porco na matança é esta ária de inverno que me enche o ouvido e me satisfaz com as forças telúricas e as fadas do lar. O encher das alheiras, chouriças e salpicões foi toda a simbólica dos afectos e paixões. Quando hoje assisto à condenação anómala desta barbárie doméstica sinto-me desenraizado e excluído do grande altar da natureza, altar que deu sustentação a muitos santos, ainda que abrigo também a muito destempero. E pronto, se foi à feira já o leitor me entenderá melhor.

domingo, janeiro 17, 2010

O acordo imprevisto!


É sempre possível que uma mesa posta possa ser aquela condição imprescindível para um acordo entre partes. É sempre possível, e esta mesa refere-se à apresentação à imprensa de Braga e do Minho que a Feira do Fumeiro de Montalegre fez na Casa de Trás-os-Montes, em Braga, no dia 15 deste mês. Eu não estive lá, mas aproveito a fotografia para agora falar de outras coisas.

Que dizer do recente acordo entre o Ministério da Educação e os principais sindicatos da Plataforma Sindical que estavam em luta contra o processo de revisão do Estatuto da Carreira Docente e contra o modelo de avaliação avançado? Quando a sensação que tenho é a de que as partes sindicais abdicaram por cansaço e deixaram cair a toalha no momento crucial do combate, pouco mais devo acrescentar. Haverá razões que a razão desconhece? Pode ser que sim, não me atrevo a especular, a menos que avance uma hipótese plausível: a crise social vai acentuar-se, vai arrastar uma crise política e em 2012 tudo estará com outra configuração. Se isto não ocorrer e o país continuar como vai, então não sei o que é que terá forçado as partes a entenderem-se. E digo isto porquê?

Ora vamos lá a ver: os sindicatos estavam contra a divisão arbitrária da carreira dos professores em professores e professores titulares, coisa que deixou de existir, caiu de facto e aí houve um ganho e um avanço, mas os sindicatos não cuidaram de negociar as consequências favoráveis e desfavoráveis que o «ser titular» gerou neste processo!

Mas os sindicatos estavam também contra o modelo de avaliação, incentivaram a luta contra ele, incentivaram a não entrega de objectivos, incentivaram a não solicitação de aulas assistidas, e acabaram por ceder: aceitaram a funcionalidade do tal simplex ou modelo reduzido de avaliação que penaliza precisamente quem não solicitou aulas assistidas e por isso nunca poderá ser avaliado neste ciclo de dois anos passados com excelente e muito bom, por mais que tenha cumprido e trabalhado em prol da escola e dos alunos e das burocracias ministeriais. Mais, os sindicatos acabaram por aceitar que a atribuição de muito bom e excelente, seja em que patamar for da carreira, requer o pedido expresso de aulas assistidas, o que é manifestamente uma reviravolta na luta dos sindicatos.

Os sindicatos estavam radicalmente contra o sistema de quotas para a progressão na carreira e argumentavam que um professor com avaliação de Bom deveria poder chegar ao topo da carreira. Então porque aceitaram mecanismos de quotas em dois momentos de progressão na carreira, no 3º e no 5º escalão? Os sindicatos contrariavam a metodologia de escolha dos avaliadores e essa parte foi-lhes de facto dada, mas a troco de uma burocracia que dificilmente vais ser sustentável nas escolas, em termos de organização e de isenção.

Para além do mais, no memorando do acordo não se fazem referências a aspectos particulares da carreira que também estavam implicados, como a defesa de outro modelo de gestão das escolas, como a clarificação definitiva de situações promíscuas quanto a estar ou não nas escolas e ter ou não ter componente lectiva, como a situação de um órgão de gestão denominado conselho geral, como a entrada na profissão de professores contratados provisoriamente e que vão acumulando anos de serviço na ocupação de vagas sempre provisórias. Houve de facto qualquer coisa que me escapou.

Eu, até por pertencer a uma organização sindical que assinou o acordo, sinto-me de facto surpreendido com a facilidade e a ligeireza de resultados, mas pronto, como se disse e dirá, há mais dias para continuar a lutar por melhor vida, se esta assim continuar a ser o que é. Na prática, serei prejudicado em termos de acesso a um escalão que, também com alguma surpresa, apareceu a coroar a carreira, o que, nos casos como o meu, acaba por ser a negação da progressão por mérito que vinha perseguindo e que fui recebendo. Não se pode ter tudo, dirão alguns. Pois, mas agora, arrumada a luta de rua nos tempos mais próximos, é que se vai ver no que isto vai dar.

Continuo a achar que o modelo de avaliação proposto é mau e agora ainda por cima fica com uma história de dois anos verdadeiramente atribulada a manchar a sua fraca qualidade; considero que o ME não fez qualquer esforço de introduzir na carreira docente uma diferenciação positiva, quer em termos de acesso a certos cargos, quer em termos de remuneração provisória durante o exercício de chefias específicas; considero que continuam a patinar aquelas argumentações simplistas que querem comparar escolas a empresas e professores a soldados, pois, nas circunstâncias actuais de exercício da profissão, no ensino básico, a lei de bases ainda determina o que somos e como somos.

Em jeito de síntese, vamos então tratar agora de cozinhar com os ingredientes que temos à mão. O futuro não é muito promissor, mas cá nos havemos de defender.

segunda-feira, janeiro 11, 2010

A transportar...


No avião, o Rogério, à esquerda, em primeiro plano, uma foto dele que o seu amigo Henrique Matos me enviou. Uso-a agora que ele viaja no céu, entre as estrelas, numa cada vez mais clara presença de valor e de saudade. A transportar, porque a memória é assim mesmo e constantemente me remete para a falta em que me acho desde a sua morte. Os trabalhos comuns não foram muitos, como muitas não foram as horas de partilha, mas o que foi cresce dia a dia e só eu sei o espaço que anda a ocupar em mim. Amigo, onde estiveres, ajuda e propicia-me, ou propicia-nos, os favores da Luz!

Os alunos, e sempre eles! Pela amostra até parecerão proporcionadores de bons momentos de trabalho e de entusiasmo, mas só quem lida com eles sabe os problemas e o desgaste. Eu fotografei-os e é meu dever entusiasmá-los pela vida, mas a pressão do lúdico e do divertimento continuado é avassaladora.
Assim, na memória de uma exposição, refaço a ideia que tenho deles e entusiasmo-me também, mais uma vez. A transportar, com a leveza possível!


Agora a minha mulher e o casal Oliveira, o Aurélio e a Amélia. A fotografia já vem do Outono, mas ainda colhe as graças todas. O Aurélio, à esquerda, a Amélia à direita, a minha menina ao centro, naquela disposição que é própria das festas e dos encontros entre muitos. As amizades já vêm de longe e para lá hão-de continuar. Deles os três terei a dizer mais que bem. A transportar, ela por ser de mim senhora e eles por serem de nós amigos generosos e acolhedores. Do Aurélio virão os trabalhos todos que traz acumulados e que, agora aposentado, sempre julga ter tempo para concretizar. Ando com ele agarrado a Vila Verde, em jornadas musicais ou similares.

A transportar também esta Casa de Transmontanos a que me encontro ligado desde 1986 e da qual sou vice-presidente. A fotografia foi tirada na Ceia de Natal e presta-se a dar uma ideia de quanto precisamos todos para mais actividades e melhores recheios de mesa. A frugalidade é sempre boa conselheira e o tempo gere a despensa. Assim haja vantagem nos recontos dos encontros, que as coisas passam por embadas e por leivas. Lavrar nunca fez mal à terra, nem para pousios de lenha.
A próxima actividade é já dia 30 de Janeiro, sábado à noite, com jantar, para apresentação do livro de Bento da Cruz A Fárria, uma narrativa sobre as minas da Borralha e com o volfrâmio a lembrar guerras, jogatinas de casino, traições de alcova e políticas de avestruz.


A transportar, esta presença de Malaca. A fotografia lembra a passagem de Noel Félix por Braga, na sua ansiosíssima viagem a Portugal; foi tirada na minha escola Francisco Sanches, na mediateca, após a gravação do programa para a Rádio. Está o Noel, eu, o Prata, a Luísa Timóteo e a Floris Candeias, elas dirigentes da Associação Coração de Malaca, a entidade responsável pela minha deslocação ao Bairro Português de Malaca no ano passado, em Setembro. Tudo quanto o futuro trouxer de trabalho ou simples colaboração terá a minha receptividade, até e mais pelas cantigas de Noel, pela língua portuguesa e por aquela vivência de pátria ou nação ou povo que só lá se encontra explicada de raiz.



segunda-feira, janeiro 04, 2010

Estamos em 2010


Estamos em 2010. Se for um ano difícil, oxalá tenhamos a clarividência de saber reagir e superar as dificuldades; se for um ano de facilidades, oxalá saibamos conter-nos e melhorar o nosso bom senso. Não sou oracular, mas acho que esta forma de acautelamento dá para tudo. O mais será de nossa vontade e de nossas capacidades. Diziam os meus treinadores de ténis, todos o mesmo, ou seja isto, que o treino deve ser intenso para desencadear automatismos de resposta em situações esperadas e não esperadas. Ora destes automatismos de resposta não saberei dizer de quais precisaremos, mas tenho para mim que um dos treinos que pode levar a eles é o do estudo e o da boa leitura dos sinais que vamos recebendo.

Num dos últimos posts deixei no ar a promessa de falar das minhas catequistas e agora até vem a matéria a propósito. Uma ensinou-me de cor a doutrina, pela motivação dos recitativos e pelo seu treino em voz alta, cadenciada e coral. Toda a doutrina na ponta da língua, pouco ou nada entendida, que alguma também não se ajustava à idade, era assim que se exigia e se fazia. Outra catequista ensinou-me a compreender a bíblia, ilustrando as situações com exemplos, fazendo de conta em nós e nos outros, projectando para nós e para outros. A D. Margarida Lencastre era um encanto de senhora, jovem lindíssima, educadíssima, com uma voz toda de ternura e de persuasão. Não sei que dizer dela que não seja superlativo, nem sei resguardar dela outro retrato que não seja o da mulher completa, senhora, deusa, fada, musa inspiradora. Pois é, muita gente se há-de perguntar como foi possível que numa empresa mineira se pudesse encontrar tanta beleza e tanta pureza de sentimentos e de acções numa só mulher, mas eu tive-a na minha infância, foi o sol dos meus dias e mantém-se em mim com toda a aura de encantamento. Com os métodos dela contrastava seu marido, de quem temíamos ainda ele viesse longe, que nos incutia respeito e paralisia de membros caso ralhasse ou nos chamasse para perguntar o que quer que fosse e às vezes era só para saber onde estava meu pai. O leitor até poderá confirmar o que digo num livro recente que D. Sebastião de Lancastre escreveu (agora escrito com «a» pois toda a minha vida julguei que fosse com «e» e até o julgava herdeiro dos nossos reis), livro esse com o título Histórias de uma vida, SSL - Marketing Relacional, Lisboa, 2008.

Nesse livro das suas memórias, D. Sebastião (e D. porque de facto diz que tem direito a usá-lo na forma de tratamento) diz que os melhores alunos que passaram por sua esposa, nas Minas de Jales, aderiram depois do 25 de Abril ao MRPP, movimento da extrema-esquerda que depois se fez partido e que ainda resiste no espectro partidário português. Pois sim, foi verdade com alguns e eu fui um desses e se houver de procurar coincidências entre ter militado nesse movimento ou partido e ter sido aluno em catequese de D. Margarida de Lencastre eu só encontro como traço comum um ideal de perfeição e de beleza, por incrível que isso possa parecer ao mais pintado leitor. Sim, a gente adere por vezes a teorias de radicalidade extrema à procura de um ideal, à procura de um travejamento sem mácula a partir do qual se possa encontrar um rumo. Ora em matéria de comunismo, nesse tempo o ideal era rejeitar os revisionismos em que andava o partido comunista português e procurar o ideal de pureza perdido. A explicação não convence, eu bem sei, nem preciso que mo digam porque eu próprio o verifiquei, mas a haver alguma só pode ser deste teor.

A senhora D. Margarida de Lencastre ainda é viva e ao longo dos seus anos esteve envolvida com igual fulgor em projectos de História e de Património. A ela fiquei eu a dever uma pedagogia da catequese, uma pedagogia da palavra que me maravilhou e da qual guardo as mais vivas percepções de utilidade pela vida fora. Estou a vê-la à porta de sua casa, onde lhe fui levar um presépio dentro de um castelo de cartão com uma manjedoira feita pelo Lucas, meu colega e amigo de infância, que era um primor de carpintaria. Mas desta manjedoira e deste amigo falarei um dia.

sexta-feira, janeiro 01, 2010

Auto de Natal - Tradição de Cervães - Vila Verde



No dia 25 de Dezembro, às 7.00 horas da manhã, em Cervães, no Mosteiro do Bom Despacho, celebra-se a missa do galo, com representação do auto de nascimento do Menino Jesus. A representação acontece no fim da missa e desenvolve-se num aparato cénico entre o altar-mor e uma cabana montada no lado direito, sensivelmente a meio da nave central da igreja. As luzes apagam-se, a neve começa a cair do alto, efeito sempre surpreendente para quem assiste pela primeira vez, e uma cortina abre suavemente, em cima, no altar: é o anjo anunciador que traz a boa nova. Depois entre o altar e a cabana há uns fios por onde vai deslizar um berço com o Menino até aos braços de sua mãe e de José. Quando Maria recebe o Menino repicam os sinos e cantam-se uns versos tradicionais onde pontua, no coro, um locução conjuncional concessiva de vetusta idade e de efeito sintáctico transformador: indas que Ele é pequenino, em todo o o mundo governa! As vozes do alto vão ao limite e a polifonia popular é um acontecimento. vale a pena ir, assistir, ouvir, cantar e beijar o Menino numa comunidade assim.