Pesquisar neste blogue

segunda-feira, novembro 29, 2010

Feliz Natal! Boas Festas!

«Presépio com instruções»

Sobre a demagogia e a mentira
Coloca todo o mato e alguma palha
Que a vaca logo os pisa e embostalha
E a terra sem estrume não respira

Sobre a presunção e a incompetência
Coloca o burro solto e sem cabresto
Que o bicho logo zurra e o seu protesto
Por certo há-de gerar maior prudência

Sobre a sofreguidão e a usura
Coloca a manjedoura sem sustento
Perante tanto estrago de alimento
A míngua e o jejum podem ser cura

Sobre o relativismo de valores
Coloca o Deus Menino e os seus pais
Bem perto do nariz dos animais
E à porta junta os reis e os pastores

No caldo de culturas que é o mundo
Esse presépio feito num curral
E agora no espaço virtual
Conserva o seu mistério bem fecundo

Inspira a Humanidade a orientar-se
Por outra dimensão da consciência
Que não renega a fé nem a ciência
E visa de seus erros superar-se.

quarta-feira, novembro 10, 2010

Todos estes anos nos surpreenderam!



Pois foi assim que aqui chegámos e agora esperamos a nossa parte na crise anunciada. Não o deveremos fazer resignados, mas tão pouco nos deveremos fazer passar por revolucionários. Na nossa juventude investimos em sonhos de mudança, convencemo-nos da eficácia militante, porventura mais eu, mas tudo não passou de uma aprendizagem de manuais, os resultados nunca nos espantaram, nem os quereríamos se por acaso se tivessem tornado realidade. Os que ficaram com a marca extremada de sonhadores estão hoje a governar-nos e deixam-nos transidos de vergonha com o que fazem e o que omitem e até nos inspiram medo se por acaso forem mais longe em seus poderes no Estado. Foi então uma geração perdida? Não o terá sido se as novas gerações aprenderem com estes erros acumulados e se, sobretudo, tiverem a coragem de nos denunciar como obsoletos sonhadores. Emendo, não os deveremos deixar denunciar-nos: nós próprios o deveremos fazer e mostrar-lhes onde nos enganámos: quisemos merecer mais do que aquilo para que trabalhámos; quisemos o poder para conquistar o que não merecemos por nosso esforço pessoal. Estão lá os nossos companheiros a querer o que não mereceram e como já não sabem onde ir buscar o dinheiro de que precisam conceberam o esbulho dos nossos bens. Foi aqui que chegámos. Nossos pais ganharam um salário e com ele nos educaram. Nós vamos ter de dar o salário a antigos companheiros de trincheira para eles culminarem a incompetência. Estamos bem, apesar de tudo, mas um tanto desiludios, não é? Um tanto é favor...