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quarta-feira, março 10, 2010

Temas e problemas

(Esta fotografia, tirei-a ao Parque da Ponte, em Dezembro último, após a requalificação levada a cabo pela CMB, sob a direcção do arquitecto Sérgio. Uso-a como sugestão de toda a exterioridade escolar.)

1. Temas e problemas é título da 6ª unidade didáctica do livro de Português do 6º ano. Todos os textos lidos se prestam à compreensão desta distinção entre tema e problema. Durante e após a leitura do texto «O regresso», de Ilse Losa, vimos o filme «A Lista de Schindler», matéria da próxima ficha de avaliação.

2. Li recentemente uma tomada de posição da Confap, confederação das associações de pais, sobre a escola a tempo inteiro e li recentemente também uma tomada de posição sobre a mesma matéria do professor Daniel Sampaio, em ambas tendo notado o mesmo enviesamento de ponto de vista no que toca à defesa daquela prerrogativa da escola, mas estranhando demais que o psiquiatra tivesse feito simultaneamente a apologia da escola a tempo inteiro e o ataque à escola como armazém de jovens, uma síntese contraditória que não percebi de todo. Falei de enviesamento de perspectiva no que toca à junção de argumentos para a defesa da escola a tempo inteiro, porque eles praticamente se resumem a um que é o de postular que os pais hoje não têm tempo para ocupar os filhos e então, por razões particulares de trabalho, ou separação, ou divórcio ou divisão de papéis, precisam da instituição escolar para lhes manter os filhos ocupados. O psiquiatra argumentou no seu texto que também seria preferível que os pais reclamassem junto das empresas mais tempo livre para se ocuparem dos filhos, mas não se lembrou das associações, nem das paróquias, nem dos movimentos de jovens, nem das organizações culturais e desportivas, nem de mil e uma entidades particulares e cooperativas que organizam programas para ocupação dos jovens.

3. A violência, tema recorrente, com inúmeros problemas a revelá-la e a configurá-la. Ainda tenho para mim que a abordagem mais produtiva é aquela que encara a violência como dimensão do humano, para já não dizer dimensão do divino - o tal deus violento da bíblia - e a partir daqui encara também a perspectiva de o homem se preparar para a exercer, para a controlar, para a suspender, sem se deixe enredar nos «ismos» de toda a espécie que a praticam.

4. Toda a problemática que tem estado em foco nesta história do caso do aluno de Mirandela me vem fazer notar que a escola, por ter sido sobrecarregada de funções, se tornou um espaço privilegiado da violência juvenil, o único espaço onde se descarregam as emoções, logo o único espaço de interacção conflitual. A escola em si está a entrar demais na linguagem dos jovens, a escola está em tudo e toda a gente a quer meter a fazer tudo. Faltam outros espaços para se diluírem os constrangimentos, faltam outras ocupações, porventura algumas delas, como o desporto e todas as actividades de interacção social, mais propiciadoras da libertação de energias e de destemperos humanos. A Escola a tempo inteiro está-se a pôr a jeito para ser bode expiatório, até porque, e chamo a atenção para este aspecto da questão, a escola não tem a capacidade de competir, em liberdade de expressão no espaço público, com outros meios ou sujeitos que a desafiem, a questionem ou simplesmente a queiram ouvir. É e corre o risco de ser cada vez mais um espaço de encenação.

2 comentários:

Anónimo disse...

Temas,Problemas e grandes Dilemas

Anónimo disse...

"A Semana da Leitura" trouxe-nos uma novidade/curiosidade: se o tema é educação pois ficarão a saber que o ilustrador dos livros de Aventuras da nossa ministra da educação e célebre escritora é avô de uma das alunas deste agrupamento e veio pessoalmente à escola ler uma história na sala aproveitando para deixar uma aventura por ele ilustrado.