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quarta-feira, dezembro 09, 2009

Ceias de Natal e outras reuniões

Sábado, dia 12, participo na Ceia da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro em Braga, embora seja organizador da mesma por força de pertencer à Direcção actual desta Pessoa de Utilidade Pública. Lembrei-me deste facto comezinho, não para atrair ainda associados à mesma ceia, nem para forçar a sua visibilidade pública, mas para introduzir a reflexão sobre a minha participação em associações e em organismos ou instituições exteriores à escola.

Hoje em dia é comum ouvirmos professores dizerem que já quase não têm tempo para nada, que agora passam mais tempo na escola, ao que logo outros aproveitam para lembrar a senhora ministra da educação anterior por ter gizado uma política de interiorização dos professores entre as paredes escolares. Serve este desabafo para recordar tempos passados em que os professores eram muito vistos nos lugares públicos por terem poucas aulas para dar e por não terem nada que fazer nas escolas. Vou passar esta conversa adiante porque penso que já ficou claro que agora também passo mais tempo na escola e deixei de ter tempo para outras coisas.

Eu estou metido em três associações, na Associação Cultural e Festiva «Os Sinos da Sé» ou Grupo Folclórico de Professores, a que pertenço desde 1979; pertenço também à casa de Trás-os-Montes e Alto Douro em Braga de que sou sócio fundador em 1986 e já há uns anos que faço parte da Direcção da mesma na qualidade de vice-presidente; pertenço ao Clube de Ténis de Braga, desde os anos 80 e actualmente sou secretário da Mesa da Assembleia-geral. O que há de comum nestas três associações é que pago quota em todas. Pertenço ainda à Associação Nacional dos Professores de Português e à Casa do Professor, pagando também as respectivas quotas.

A vida associativa faz parte da minha natureza, sempre andei envolvido em trabalhos ou iniciativas pós-laborais, porque assim vi ser meu pai nas Minas de Jales e assim fui motivado a ser mais para além de mim mesmo, ou seja, sempre a ter uma ocupação para além da fundamental. Isto de falar em fundamental tem apenas sentido por ser essa a maneira de referir a ocupação que garante o vencimento mensal.

Já me observaram que a minha ligação às duas primeiras associações, o grupo de folclore e a casa transmontana são contraditórias, mas não vejo essa matéria desse modo: o interesse pelas práticas culturais, folclóricas, minhotas e transmontanas é da mesma natureza, as minhotas vivo-as como parte do meu enraizamento nesta região e as transmontanas vivo-as como parte da minha naturalidade de educação.

À parte então a minha ligação a associações, estou ainda ligado a outras instituições ou associações por laços de amizade e de cooperação, como é o caso da minha ligação à Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva e como foi até esta semana o caso da minha ligação ao Conselho Municipal de Educação de Braga. Estou ou penso que estou ainda ligado ao Conselho Cultural do Teatro Circo mas já não poderei dizer até que ponto essa ligação se mantém ou manterá. Da minha ligação ao CME de Braga, ela resultou de concurso público entre pares, em representação dos professores do 2º ciclo do ensino básico. Foram dois mandatos, digamos assim, dois períodos, quase oito anos.

Faço desta minha ligação a associações e a instituições um balanço crítico com pontos fortes e com pontos fracos, como hoje se diz sempre que se fala em avaliação, como se essa fixação descritiva tivesse todas as vantagens. Pontos fortes foram os desempenhos, as acções concretizadas, as intervenções referidas em actas, as provas materiais da minha passagem pelos «lugares de acção», ainda que algumas dessas acções tivessem sido cumpridas com a consciência das forças limitadas e das condições e recursos existentes. Como pontos fracos, refiro que ainda há muita inoperância e muita inércia de procedimentos. Somos nós e as nossas circunstâncias, muito bem, mas somos nós que fazemos algumas circunstâncias com que depois nos desculpamos.

Também aqui não fica exaurida a minha participação cívica porque para além de ser professor e por ser o professor que pretendo ser ainda me meto em mais sarilhos da animação cultural, com projectos aqui e acolá, uns ligados à fotografia, outros ligados à história local, outros ligados à música e à dança popular.

Dia 12 de Dezembro logo vou cear as batatas e o bacalhau à Casa de Trás-os-Montes, casa, átrio ou varanda onde me vejo envelhecer rodeado de espelhos, o que me dá alguma tranquilidade de espírito.

1 comentário:

a portuguesa disse...

o meu amigo José sempre com grande style :)