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domingo, novembro 26, 2006

Poema aos filhos dos outros como se foram meus

A gente se convence

Que os cria,

Que os guia e lhes porfia

Um tempo venturoso de voar.

Mas quase, a gente sabe

E desconfia

Que um dia esta harmonia

Se torna conflito e mal-estar.

Então, resta o amor,

Entregue a si:

O teu, de mim flor,

O meu, raiz de ti.

De todo, há um modo

Singular

De amar e partilhar

As horas mais propícias à razão.

Mas sempre se pressente

O divagar,

Vulgar e lapidar,

Das perdas que nos traz a solidão.

Então, resta o amor,

Entregue a si:

O teu, de mim flor,

O meu, raiz de ti.

Guardo esta saudade

De o teu corpo, em nossa vida,

Ser um verbo meu.

E tenho em minha idade

A do teu rosto, como prova viva

Deste amor ser teu.

José Machado / Braga, 24 de Novembro de 2006

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