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quarta-feira, julho 05, 2006

A minha mãe e a minha mulher e depois a malhada do centeio com uso de malhadeira mecânica, em Raiz do Monte, terra onde fica a casa e a propriedade de meus pais. Na foto em que se vê a Tininha com a hortaliça à cabeça, vê-se ao fundo um castanheiro e para lá dele, à direita, não se vê a parte do terreno em que se fez sempre a horta da casa, um território onde eu, e meus irmãos também, fizemos o tirocínio da agricultura, numa aprendizagem ora individualizada, ora comunitária, sempre a custo das horas da brincadeira, sempre sacrificada no regresso à aldeia de Jales, ali a dois quilómetros, com os carregos dos produtos e dos serviços que a terra determinava. A malhada decorreu na eira em frente a nossa casa, depois de segado o centeio uns dias antes, em jornada de reconstituição festiva de usos e costumes, promovida pelo Grupo Folclórico local, uma iniciativa em que meu pai andou sempre envolvido enquanto pôde. A minha mãe é natural de Raiz do Monte, onde nasceu a 25 de Agosto de 1924, na família Gomes. Toda a vida trabalhou de costura, que aprendera com seus pais. O meu pai é natural de Nogueira, freguesia de Vila Real, essa mesma que tem uma banda de música de quem se diz que se esfarrapam todos, mas meu pai não foi músico; depois de cumprido o serviço militar veio trabalhar para as Minas de Jales, de onde se reformou ao fim de quase meio século de dedicação exaustiva à empresa, tendo cumprido quase sempre funções de fiel de armazém, mas acabando como chefe do escritório. As heranças de Nogueira, pequenas que foram, transformaram-se em recursos da criação de nove filhos; das de Raiz do Monte manteve-se esta propriedade da Mó, onde meus pais acabaram por construir uma casa e onde estão a viver a reforma, já limitados por problemas de saúde.

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