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quarta-feira, junho 28, 2006

Pedra de toque

Amostra valiosa
Ainda sem saber de onde é e como chegou até mim, sei que a pedra tem um toque especial e por certo será preciosa, que já o foi neste tempo de a tomar em conta. Nada sei dele e ele pode ser figurado por esta ideia de pedra preciosa achada na margem do rio, rio que pode ser este tempo com suas duas margens, a da esquerda sendo a escola e a da direita sendo Braga. A princípio não dei por ele mais que dei pelos outros que não conhecia, que todos os anos ou ano após ano chegam à escola. Podemos estar juntos e não nos conhecermos, anormalidade que se justifica numa escola, embora sempre com argumentos da máxima fragilidade. Um aluno, meu educando de afecto e de encargo voluntário, aproximou-nos. Mais não sei, a não ser que é professor de Ciências no 3º Ciclo. Sei que é dedicado às viagens pela Net e sei que foi dele a iniciativa de eu construir e produzir este blogue. Pouco falamos e pouco saberemos de facto um do outro, mas o que nos resta é um futuro de conhecimento progressivo. O leitor poderá vislumbrar nesta escrita uma presciência de atracção mútua entre dois seres da mesma espécie, mas já lhe adianto que deverá acrescentar à intuição a ideia comezinha do florescimento de uma amizade e de uma admiração. Sei agora que vai para o Funchal dar aulas nos próximos três anos. Sei também o nome, António Gomes e hei-de colocar aqui a sua fotografia. Há pessoas, e o António é uma delas, a quem agradeço a casualidade do fulgor: este ano valeu por este encontro, numa escola onde o desgaste está a ser ruidosamente instalado e cultivado. Ouvirei as músicas que me arranjou com redobrado prazer e irei, na memória dos dias passados, lapidando as faces desta pedra preciosa, esperando nunca desmerecer. E que mais sei dele? Que é casado, que a esposa é bancária, como a minha. Se tem filhos? Se é de esquerda? Se... Tenho-o por «amigo titular».

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